segunda-feira, 28 de julho de 2008

Koinonia e Evangelismo


Reflexão Episcopal Sobre Evangelismo - 004

O relacionamento entre o Clero de uma Diocese não pode ser apenas social. O meramente não estar brigado não significa comunhão. Como dizia o Dr. Tancredo Neves , líder do PSD mineiro, em relação ao seu colega Dr. Magalhães Pinto , líder da UDN: “A gente nem briga, nem faz as pazes..." .
Comunhão ( koinonia ) é o resultado da ação do Espírito Santo em nossas vidas, substituindo a obra da carne pelo fruto do Espírito.
Comunhão é conhecimento mútuo profundo, respeito mútuo profundo, aceitação mútua profunda, laços de afeição profundos, apoio mútuo profundo. Um em Cristo, não de forma genérica, vaga, metafísica, mas concreta e existencial.
O compartilhar das experiências, a partilha da Palavra, a reflexão teológica em grupos, a oração conjunta regular são veículos para koinonia , e desencadeiam um processo novo e imprevisível.
Vamos dar uma chance ao Espírito Santo, sendo despojados de toda porfia, maledicência, partidarismo, contra os nossos irmãos e irmãs? Compartilhar, Orar e Refletir , é o que estaremos iniciando com o nosso momento do próximo dia 08 de maio , às 19h30, no Centro Diocesano.
Essa koinonia entre o Clero deverá trazer uma inestimável contribuição para a consolidação da nossa identidade em comum e para o apoio às ações evangelísticas.
Um Clero que se ama, anunciando em amor o amor de Deus às pessoas sem amor.
Sejamos disponíveis!

Recife, 17 de abril de 2007.
Dom Robinson Cavalcanti , ose
Bispo Diocesano

terça-feira, 15 de julho de 2008

Os Testemunhos e o Evangelismo


Reflexão Episcopal Sobre Evangelismo - 003

Uma importante tradição da Igreja foi resgatada pelo Pietismo, e, até recentemente, era muito forte no Protestantismo Evangélico em nosso país: os “testemunhos” = irmãos ou irmãs que relatam à comunidade a sua experiência de conversão. Quem ouve ou repensa a sua própria experiência ou descobre que nunca a teve. Devemos, nesse novo esforço evangelístico, resgatar a presença dos “testemunhos” nos Cultos da Diocese do Recife.
Quando o movimento “Catch the Fire” veio a primeira vez ao Recife, em um Culto tranqüilo, na antiga Catedral da SS. Trindade, foi pregado um sermão evangelístico e feito um apelo a quem gostaria de aceitar a Jesus Cristo como seu único Senhor e Salvador. Cerca de um terço dos membros comungantes daquela Paróquia ficaram de pé e vieram à frente. Emocionalismo? Não. A verdade é que no meio de muita “adesão” havia pouca conversão, e aqueles irmãos nunca tinham sido expostos ao Plano de Salvação, e nunca tinham tido a chance de aceitar a Jesus.
Vivemos um universalismo implícito (um humanismo que considera todos salvos) ou um sacramentalismo de fato (todos os batizados estão salvos).
Mesmo em uma Diocese de hegemonia evangélica como a nossa se trabalha normalmente com a categoria mais anglo-católica de “renovação de votos batismais” do que com o aceitar a Jesus como Senhor, e com a experiência de conversão.
Se somos arminianos, devemos anunciar Jesus aos perdidos; se, como eu, somos calvinistas, só sabemos quem são os eleitos se responderem positivamente ao Evangelho. E como responderão se não forem confrontados?
Estamos acomodados em nossas Paróquias Capelanias ; estamos super-dependentes dos três M's: mídia, métodos e movimentos. Uma vez perguntei a um jovem que havia passado pelo EJC: “Você já teve um encontro com Jesus?” . O mesmo respondeu, sintomaticamente: “Eu fiz o Encontro” . Eis a diferença.
Um bom exercício é pregar um vibrante sermão com apelo para os membros atuais de sua Paróquia ou Missão. Os seminaristas não somente deveriam falar de suas conversões, mas de como foram instrumentos para a conversão de outras pessoas.
Vamos iniciar uma revolução do Espírito, transformando todos os nossos 4.200 membros e congregados, em evangelistas, a começar dos Reverendos.
"Foi na cruz, foi na cruz, onde um dia eu vi..." .
Importa renascer!
Recife, 16 de abril de 2007.

Dom Robinson Cavalcanti, ose
Bispo Diocesano

terça-feira, 8 de julho de 2008

Igreja e Evangelismo: Ação Essencial


Reflexão Episcopal Sobre Evangelismo - 002


Foi Michael Greene, em seu livro: “A Evangelização na Igreja Primitiva” , quem afirmou que a inexistência de programas ou grupos especiais de evangelismo na Igreja Primitiva era porque tal atividade pertencia a sua essência, não haveria igreja sem evangelismo.
Quando os membros tiveram uma experiência de novo nascimento, e tomaram uma decisão por Cristo – e conseguem entender e articular a experiência – se tornam evangelistas na base, procuram trazer outros para a igreja e para a mesma experiência.
Minha decisão, no quarto 3 do Colégio XV de Novembro, em Garanhuns-PE, foi resultado de uma série de conferências evangelísticas – no colégio e na Igreja Presbiteriana Central – do Rev. Antônio Elias, de Niterói, RJ. Preguei mensagens evangelísticas no meio da rua, em parques, na frente do aeroporto do Recife, acompanhando irmãos da batista tradicional, batista renovada e “o Brasil para Cristo” , e em colégios e faculdades, por mais de 10 anos no trabalho da ABU e da ABS. Hoje encontramos um pastor-médico em Maceió que se decidiu com um sermão por mim pregado na Segunda Igreja Batista em Casa Amarela.
Naquela época, Música Popular Brasileira era “um banquinho e um violão” ; Cinema Novo era “uma idéia na cabeça e uma câmera na mão” ; evangelismo era “tamborete e um megafone” . Antônio Elias, Walther Karshell, Rubem Lopes, Enéas Tognini, Nilson do Amaral Fanini levaram milhares a Cristo em suas cruzadas. Minha mãe foi evangelizada pelas mensagens evangelísticas na TV.
“Igreja de manutenção” é Capelania: apenas mensagens de conforto, ensino e exortação. Criou-se a dependência dos três M's: mídia, métodos e movimentos (cujo valor é apenas complementar e não substitui a pregação evangelística com apelo ou o evangelismo pessoal).
Exorto todo o clero a buscar material específico nas livrarias evangélicas, reaprender a pregar sábios e poderosos sermões evangelísticos, re-introduzir os temas da perdição e do inferno, da entrega de vida imediata, que só Jesus Cristo salva.
Pastores e leigos da Diocese do Recife, a tempo e fora de tempo, incomodando os pecadores com a mensagem do arrependimento e da cruz. Com isso estaremos obedecendo à Grande Comissão, e as nossas comunidades crescerão quantitativa e qualitativamente.

Tudo pelo Evangelismo. Comecemos já!
Recife, 15 de abril de 2007.

Dom Robinson Cavalcanti , ose
Bispo Diocesano

quarta-feira, 2 de julho de 2008

A Prioridade e Urgência do Evangelismo

Reflexão Episcopal Sobre Evangelismo - 001

Falando ontem ao plenário de cerca de 1.000 líderes na conferência "New Wineskine" , nos EUA, o ex-bispo anglicano de Nelson, na Nova Zelândia, Revmo. Derek Eaton demonstrou que o Cristianismo, apesar da decadência do Ocidente, conhece hoje suas mais altas taxas de crescimento. 90.000 pessoas confessam a Jesus Cristo como seu único Senhor e Salvador cada dia, dos quais 28.000 na China e 20.000 na África.
No espaço da Comunhão Anglicana são abertos 400 novos Pontos Missionários por semana e 8.000 mil pessoas se convertem a Cristo diariamente em uma comunidade anglicana. No ano passado 20 novas Dioceses foram criadas na Nigéria.
O evangelismo é o primeiro item das "avenidas de missão" de Lambeth, e a tarefa prioritária da Igreja, seguido da doutrina, da comunhão, do serviço e do profetismo.
Nos últimos anos a mídia, os métodos e os ministérios têm substituído o evangelismo pessoal e o evangelismo nos cultos. O laicato não sabe conduzir uma pessoa a Cristo, porque depende totalmente desses esforços coletivos. Pastores desaprenderam – ou nunca aprenderam – a pregar um sermão evangelístico e a convidar uma pessoa a se entregar ao Senhor, como ponto central do processo de conversão. Estamos apenas nutrindo os fiéis, ou, de forma extremamente lenta, atingindo uns poucos visitantes. Na maioria das comunidades a taxa de crescimento quantitativo deixa muito a desejar.
Denominações, como a Congregação Cristã no Brasil, cresce vertiginosamente sem o uso da mídia ou de programas, apenas com o evangelismo pessoal ou no culto.
Quem disse que anglicanos não evangelizam? Historicamente isso não é verdade? E, como o Espírito Santo agia quando não tínhamos mídia, métodos ou programas.
Como bispo, quero instar, fortemente, a todos os Clérigos e Ministros Locais da Diocese do Recife a pregarem, regularmente, sermões evangelísticos, inclusive, com um apelo sem apelação. Os clérigos devem ensinar e mobilizar os leigos para o evangelismo pessoal. Dois mil anos de História da Igreja nos deveria ensinar alguma coisa.
Popularizemos o Plano de Salvação e sejamos instrumentos da Graça de Deus para salvação dos pecadores. Resistamos à acomodação ou ao universalismo implícito.
Cabe a cada cristão – sob a liderança dos Ministros – reduzir o potencial da população do inferno e gerar novidade de vida.
Mãos à obra! O evangelismo é urgente!
Recife, 14 de abril de 2007.

Dom Robinson Cavalcanti , ose Bispo Diocesano