terça-feira, 15 de julho de 2008

Os Testemunhos e o Evangelismo


Reflexão Episcopal Sobre Evangelismo - 003

Uma importante tradição da Igreja foi resgatada pelo Pietismo, e, até recentemente, era muito forte no Protestantismo Evangélico em nosso país: os “testemunhos” = irmãos ou irmãs que relatam à comunidade a sua experiência de conversão. Quem ouve ou repensa a sua própria experiência ou descobre que nunca a teve. Devemos, nesse novo esforço evangelístico, resgatar a presença dos “testemunhos” nos Cultos da Diocese do Recife.
Quando o movimento “Catch the Fire” veio a primeira vez ao Recife, em um Culto tranqüilo, na antiga Catedral da SS. Trindade, foi pregado um sermão evangelístico e feito um apelo a quem gostaria de aceitar a Jesus Cristo como seu único Senhor e Salvador. Cerca de um terço dos membros comungantes daquela Paróquia ficaram de pé e vieram à frente. Emocionalismo? Não. A verdade é que no meio de muita “adesão” havia pouca conversão, e aqueles irmãos nunca tinham sido expostos ao Plano de Salvação, e nunca tinham tido a chance de aceitar a Jesus.
Vivemos um universalismo implícito (um humanismo que considera todos salvos) ou um sacramentalismo de fato (todos os batizados estão salvos).
Mesmo em uma Diocese de hegemonia evangélica como a nossa se trabalha normalmente com a categoria mais anglo-católica de “renovação de votos batismais” do que com o aceitar a Jesus como Senhor, e com a experiência de conversão.
Se somos arminianos, devemos anunciar Jesus aos perdidos; se, como eu, somos calvinistas, só sabemos quem são os eleitos se responderem positivamente ao Evangelho. E como responderão se não forem confrontados?
Estamos acomodados em nossas Paróquias Capelanias ; estamos super-dependentes dos três M's: mídia, métodos e movimentos. Uma vez perguntei a um jovem que havia passado pelo EJC: “Você já teve um encontro com Jesus?” . O mesmo respondeu, sintomaticamente: “Eu fiz o Encontro” . Eis a diferença.
Um bom exercício é pregar um vibrante sermão com apelo para os membros atuais de sua Paróquia ou Missão. Os seminaristas não somente deveriam falar de suas conversões, mas de como foram instrumentos para a conversão de outras pessoas.
Vamos iniciar uma revolução do Espírito, transformando todos os nossos 4.200 membros e congregados, em evangelistas, a começar dos Reverendos.
"Foi na cruz, foi na cruz, onde um dia eu vi..." .
Importa renascer!
Recife, 16 de abril de 2007.

Dom Robinson Cavalcanti, ose
Bispo Diocesano

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